No vídeo abaixo, que é legendado, o jornalista Jon Ronson discute o DSM e as considerações de normalidade e loucura, num momento em que o discurso da ciência impõe cada vez mais uma espécie de 'catálogo do humano'.
Vale separar um tempo para assistir - o vídeo é muito bom!! Logo abaixo, um texto da psicanalista Maria Rita Kehl para ajudar na reflexão.
"Jon Ronson: Respostas estranhas a um teste de psicopatia".
"(...) O modelo do distúrbio supõe um indivíduo autônomo, soberano e bem-funcionante, afetado por circunstâncias externas à sua subjetividade - já que, para o indivíduo autônomo, tanto o próprio corpo como o Outro parecem estar fora do lugar onde o Eu impera. As circunstâncias 'externas' podem produzir falhas no funcionamento do indivíduo, mas não afetam sua integridade.
Esse indivíduo é curado por algumas intervenções tão alheias a seu psiquismo quanto o mal que o perturbou. Soberano, autônomo, ele aprendeu a temer e a defender-se de tudo o que possa novamente perturbá-lo. À maneira do eu-prazer infantil descoberto por Freud, ele é compelido a manter fora de si, afastado (da consciência, dos afetos, do corpo), tudo o que possa produzir mal-estar; e a trazer para junto de si, como objeto seu, tudo o que possa satisfazê-lo".
[Adaptado de 'Sobre ética e psicanálise', Maria Rita Kehl, 2002]
Um abraço a todos
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